Em 1945, na cidade egípcia de Nag Hammadi, foi descoberta uma coleção de manuscritos coptas datado do século IV. A coleção é composta por “12 códices, oito páginas de um décimo terceiro e 52 tratados separados” (ROBINSON, 2007, p. 9). É feita de papiro e coberta com couro. E nela são abordados assuntos teológicos e filosóficos, sendo que a maioria desses textos são cristãos e desses uma boa parte deles são gnósticos. A essa coleção de manuscritos deu-se o nome de A Biblioteca Gnóstica Copta.
Essa descoberta somada a descoberta dos manuscritos do Mar Morto, em 1948, é muito importante para os estudiosos do cristianismo primitivo e do judaísmo antigo, pois até então existiam apenas fragmentos de textos de seguidores de manifestações religiosas tidas como marginais dentro do cristianismo e do judaísmo. O gnosticismo era uma dessas manifestações do cristianismo.
Quando se impôs a ortodoxia na Igreja, a partir do século IV, cristãos que defendiam doutrinas e interpretações diferentes foram perseguidos pela Igreja, seus ensinamentos foram considerados heréticos e seus escritos foram destruídos. Alguns fragmentos desses escritos sobreviveram em obras patrísticas que citavam esses textos para logo depois condená-los.
Então, depois de 17 séculos, podemos finalmente ter acesso a documentos primários que tratam diretamente das crenças e doutrinas pregadas pelos cristãos gnósticos.
A obra em questão traz a tradução para o português dos manuscritos encontrados em Nag Hammadi.
ROBINSON, James M. A Biblioteca de Nag Hammadi. Tradução: Teodoro Lorent. São Paulo: Madras, 2007.
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